terça-feira, 1 de novembro de 2011

Síndrome do Pânico - A sensação de Morte Iminente

Imaginem Rodrigo*. Ele tem uma vida normal. Estuda e trabalha na bolsa de valores de São Paulo. Um dia estava na academia, levantando pesos, e sentiu uma enorme vontade de sair correndo. Seu coração estava disparado e sentia falta de ar, uma angústia enorme e um medo de algo que nem ele mesmo sabia dizer o que era. Ficou desesperado, pois imaginou que iria ter um ataque cardíaco. Correu para o hospital e nada foi encontrado nos exames. Em poucos minutos, Rodrigo estava bem de novo, sem entender o que havia acontecido. (*Nome      Fictício)

Relatos assim não são incomuns para Psicólogos e Psiquiatras. Definida como Síndrome do Pânico, tornou-se bem conhecida na década de 90. Passou a ser estudada em todos os seus aspectos e tornou-se possível entender seu funcionamento e formas efetivas de tratamento medicamentoso e psicoterápico.

O Transtorno do Pânico é diferente de outras formas de transtorno de ansiedade existentes, os sintomas são uma preparação biológica para fugir de uma ameaça iminente. Sabe-se que a Síndrome do Pânico é uma ativação dos sistemas de defesa do organismo, aparentemente sem nenhuma causa. Entretanto, ela tem, e são de fundo biopsicossocial; mas, muitas vezes, a pessoa não consegue entende-la.
A síndrome do Pânico se caracteriza por:
· Contração / tensão muscular, rijeza
· Palpitações / taquicardia (o coração dispara)
· Tontura, atordoamento, náusea
· Dificuldade de respirar ou respiração muito rapida ( Hiperventilação )
· Calafrios ou ondas de calor, sudorese
· Confusão, pensamento rápido
· Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
· Medo de morrer
· Vertigens ou sensação de debilidade
· Terror – sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento
· Sensação de “estar sonhando” ou distorções de percepção da realidade

Existem diversos subtipos de Síndrome do Pânico. Em algumas pessoas, aparece de forma “pura”; ou seja, sem outros sintomas. Mas existem pessoas que apresentam Síndrome do Pânico com Agorafobia (medo mórbido de lugares públicos ou situações em que seria difícil fugir se acontecer um ataque de Pânico). Pessoas com Síndrome do Pânico e Agorafobia são aquelas que se trancam em casa. Este é o subtipo mais comum da doença.
O tratamento da Síndrome do Pânico sempre é realizado em conjunto, pelo Psicólogo e Psiquiatra. Ele envolve medicação, que atua diretamente nos processos biológicos de ansiedade em nosso cérebro. Porém, a medicação sozinha não é eficiente, sendo a Psicoterapia, necessária para que o cliente aprenda a controlar suas crises e enfrentar seus medos.
Diversos estudos mostram que a junção do tratamento Psicológico e Psiquiátrico é mais eficiente do que qualquer um dos dois isolados. Por isso, é necessário que estes profissionais da saúde unam esforços, visando melhorar a qualidade de vida de seu cliente. As Psicoterapias Comportamentais e Cognitivo-Comportamentais são as mais eficientes e são as mais indicadas para o tratamento de transtornos de ansiedade como a Síndrome do Pânico.
Atenção:
Caso conheçam alguém que possua sintomas da Síndrome do Pânico, é muito importante orientar esta pessoa para que ela procure um Psicólogo ou Psiquiatra qualificados para que seja realizada uma avaliação adequada e, caso o diagnóstico seja confirmado, iniciar o tratamento o mais rápido possível.

Síndrome do Pânico é uma doença; não é loucura, não é falta de vergonha, como foi pregado no passado. Hoje sabemos que é uma doença que causa intenso sofrimento e que deve ser tratada o mais rápido possível para que a pessoa recupere sua alegria de viver sem estar sempre ansiosa e com medo de que as crises voltem.


2 comentários:

Marisa Speranza disse...

Gostei muitíssimo do texto. Parabéns!
beijocassssssssss, Marisa

Ismael Pereira dos Santos disse...

Obrigado pelo carinho Marisa... Otexto realmente é muito interessante.. Beijos e Abraços