As pessoas precisam de alguma forma falar
sobre algo que as incomodam (desabafar), algumas utilizam à escrita, o desenho,
a pintura, a escultura, enfim, a arte como forma de sublimação – processo pelo
qual a energia psíquica não aceita socialmente é direcionada para atividades e
realizações aceitas socialmente. Alguns se tornam grandes escritores, músicos e
artistas por sua capacidade de sublimação.
Freud
através de um estudo dedicado a Leonardo Da Vinci em 1910 pode introduzir na
psicanálise conceitos fundamentais se destacando a sublimação. Observando que o
gênio Leonardo se aprofundava intensamente em seus estudos e na sua arte como
forma de sublimar desejos e sentimentos não resolvidos ou desconhecidos.
As
pessoas que não possuem esse mecanismo de defesa buscam através do desabafo de
falar com outras pessoas sobre o que está sentindo. Muitas vezes falam de sua
intimidade com terceiros que nunca tiveram um vínculo de confiança, gerando uma
atitude inadequada e prejudicial.
Vale ressaltar aqui a
importância de um bom amigo, aquela pessoa que vai te ouvir no momento que você
necessita e que guardará para si os medos e anseios relatados.
Claro que um amigo nunca será
seu psicólogo ou seu psicólogo será seu amigo, pois mesmo que o seja, não terá
manejo e técnica para condução de terapia, como já escrevi há algum tempo nesta
coluna. A diferença do bom amigo e do psicólogo é ampla.
O psicólogo possui escuta empática, analítica
e interpretativa do que é dito, nunca dá opinião formada (preconceituosa) sobre
assunto, não julga, sempre disposto a entender o que o outro tem a revelar,
utiliza-se de técnicas psicoterapêuticas (análise de sonhos, imaginação ativa,
associação livre, e etc) que fazem com que o individuo que desabafe entenda o
motivo do seu anseio/medo. O psicólogo é sigiloso, não podendo revelar nada do
que é dito em análise.
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