segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mulheres Vítimas de Violência

Boa parte das mulheres que não foram vítimas de agressões, sejam elas morais ou físicas, pelo menos conhece alguma amiga ou parente que já passou por isso. 

A pesquisa Instituto Avon/IBOPE - Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil realizada em fevereiro de 2009 nas principais cidades brasileiras traça um panorama e comprova que 55% dos brasileiros conhecem casos de agressões familiares contra a mulher.


Entre os vários comentários de mulheres que enfrentam ou enfrentaram esse sofrimento, observa-se é que muitas delas tomam coragem de denunciar os seus maridos ou companheiros, entretanto acabam voltando para a casa por uma série de razões. Conforme o estudo, 24% dos entrevistados acham que é por falta de condições econômicas, 23% atribuem à preocupação com a criação dos filhos e 17% pensam que a relação não é desfeita porque a mulher tem medo de ser morta.

Em muitos casos, as agressões começam por causa de discussões banais “como o feijão que queimou na panela”. No início, elas são apenas verbais, depois viram empurrões, tapas, e assim por diante. “Por incrível que pareça, às vezes, elas até se sentem culpadas e acreditam que o marido é o coitadinho da história. O homem sabendo disso se aproveita ainda mais”, conta a comerciante que nunca foi vítima e mantém um casamento saudável. Mesmo assim, sabendo dessa situação, resolveu fazer a sua parte. 

Na maioria das vezes, o alcoolismo e o consumo de drogas também serve de desculpa para eles. Para se ter uma ideia, um estudo recente feita Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 7 mil famílias em 108 cidades do Brasil, comprova que em quase metade das agressões (49,8%) o autor das surras estava embriagado. A conclusão: é mais fácil perdoar quando o agressor bebeu. A vítima considera o álcool como culpado e não o violentador.
Os dados da pesquisa revelam algo que a presidente da ONG já observa nos atendimentos. Mulheres vítimas de violência também fazem parte da classe alta. Dos agressores bêbados, 33% são de classe média e 17%, de classe alta. Já no Disque-Denúncia 180 - que recebe ligações de todo País sobre violência doméstica, foi apurado que 48,7% das vítimas agredidas não dependem economicamente do agressor.

“Sempre incentivamos que elas busquem a delegacia e prestem a queixa e busquem seus direitos. Mas só isso não basta. É preciso resgatar a autoestima dessas mulheres. Por isso ensinamos artesanato, que pode ser uma fonte de renda. Também usamos a biodança e este mês vamos começar com a dança do ventre. Dessa forma, elas tentam aos poucos, viver mais tranquilas com elas mesmas”, finaliza. 
Fonte: VilaMulher

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