quarta-feira, 30 de abril de 2014

FANTASIAS SEXUAIS, QUEM NUNCA AS TEVE?

Nas fantasias que você cria em sua cabeça, aparece algum desejo de compartilhar a sua parceira com alguém, ou então participar de alguma orgia, em que ninguém é de ninguém, e que você está sozinha nela? É engraçado porque quando fantasiamos, nos permitimos pensar apesar de julgar ser errado, e por que isso acontece?

A fantasia nada mais é do que um mecanismo que existe para minimizar e nos aliviar de algo que está recalcado em nosso inconsciente, ou seja, se existe algo que desejo, mas eu não me permito pensar, eu recalco isso no meu inconsciente.


Apesar de você achar que esqueceu aquela vontade, esse desejo na verdade está apenas recalcado e isso pode causar um certo desiquilíbrio psíquico, fazendo com que você comece a fantasiar algo relacionado à aquilo que recalcou. Por exemplo, se eu recalquei e não concretizei o desejo de ficar com uma pessoa (pelo fato de eu ser comprometido); ao invés de elaborar tal desejo usando a minha razão, eu tento apenas esquecer tal vontade, evitando olhar para aquela pessoa, ou procurando não encontrá-la mais, mas mesmo assim esse desejo não desaparece, ele apenas fica recalcado em meu inconsciente. Aí do nada, eu começo a pensar mil coisas em relação à aquela pessoa e ainda por cima crio na minha cabeça várias fantasias sexuais, isso ocorre pois o desequilíbrio que foi criado por ter recalcado a vontade de ficar com aquela pessoa foi tão grande, que o inconsciente “manda de volta” tal situação que eu recalquei, afim de que eu resolva isso, seja fantasiando ou elaborando tal recalque com o uso da razão, como citei acima.

Então se você anda fantasiando muito em relação ao assunto sexo é porque está recalcando bastante as suas vontades. Mas aí você me pergunta, o que eu faço com os meus desejos? A minha resposta é: elabore.

Elaborar nada mais é do que parar para pensar sobre algo que você quer fazer, mas que por algum motivo não pode. Então pegando o exemplo que citei acima, se você tem vontade de trair alguém, essa vontade é uma emoção que está vindo do seu inconsciente e emoção é algo que se não usarmos a razão dificilmente consegue segurar. Então não adianta usar da sua razão sobre a vontade de trair quando já estiver na cama com a pessoa, pois ali a sua emoção (e tesão) vão estar “a mil por hora”! Você tem que procurar pensar no mesmo momento que sentir que o desejo bateu – ou seja, deu a vontade (seja qual for) – e aceitar que gostaria de fazer algo com aquela pessoa e a partir daí usar a sua razão com o intuito de acalmar seus desejos, avaliando até que ponto vai valer a pena tal ação, pensando no futuro e nas consequências para você. Se você não conseguir fazer isso naquele momento (isso requer prática), possivelmente você irá recalcar e mais certo ainda será que fantasiará mais tarde. Fantasie, aproveite, mas para que esse desejo não fique indo e voltando na sua cabeça, resolva em uma dessas vezes elaborar e colocar um ponto final nisso.

Ah! E se a minha fantasia for muito mais louca do que trair meu parceiro e que de repente também envolva a participação dele ou dela? Procure conversar e expor suas vontades – seja ter vontade de transar em um lugar proibido, tentar algo novo durante a transa, etc. Tem tanta fantasia na cabeça das pessoas, você não imagina o que existe!

Se você tem vergonha de expor as suas fantasias para o seu parceiro (ou parceira), seria legal então trabalhar isso em terapia, para lhe auxiliar a aceitar os seus desejos e não ter vergonha de assumi-los, com o intuito de não recalcar mais o que pensa e ser mais verdadeira com seu parceiro.

Se o seu parceiro não quiser satisfazer as suas fantasias, compreenda, pois certamente ele terá os motivos dele para não fazer o que você quer, assim como ele também pode te pedir coisas que você não está afim de fazer, isso é ter respeito um pelo outro. E mais um detalhe, o fato de você fantasiar algo que ele, ou até você se surpreenda, não tem nada a ver em você ser uma pessoa promíscua, ok? Lembre-se de que somos seres humanos e os nossos pensamentos por mais loucos que sejam, sempre tem um motivo de existir. Se você quiser entender o porquê deles existirem na sua cabeça, procure uma terapia, vai te ajudar.

Abraços e ótima semana.

Por Paulo Jacob (Fãs da Psicanálise)

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