Por vezes mal identificado, o Transtorno de Déficit de
Atenção com hiperatividade (TDAH) atinge 5 a 8% das crianças no mundo e
acompanha o indivíduo durante toda a vida. Esse distúrbio é caracterizado pela
inquietude, impulsividade, hiperatividade e fácil distração.
As dificuldades surgem já na escola, ao lidar com professores, colegas e novos
desafios.
A pedagoga e
especialista em distúrbios de aprendizagem Karen Kaufmann Sacchetto explica
que, no cérebro de uma criança com TDAH, ocorre uma alteração no funcionamento
dos neurotransmissores e suas conexões. “Estudos mostram que os portadores do
transtorno têm uma falha da conexão da região central orbital do cérebro com o
restante dele. Essa área frontal é responsável pela inibição de comportamentos
considerados inadequados”, afirma Karen.
O
(En)Cena abordou o assunto recentemente, sob o viés de entender o transtorno: doença ou invenção?
Mas
como lidar com a criança hiperativa na escola, onde é habitualmente chamada de
avoada, dispersa, desinteressada e atrapalhada? Entenda, antes de tudo, que
tais adjetivos não contribuem em nada para o desenvolvimento psicológico e
emocional dela.
Pessoas que apresentam TDAH enfrentam dificuldades para realizar atividades do
dia-a-dia. Encontram grandes problemas para concluir tarefas, organizar
materiais, entender questões extensas e lembrar de situações. Quem lida com a
criança hiperativa deve se reeducar com vocabulários, atitudes e doses de
paciência ao longo da delicada convivência.
Na
escola
A
Associação Brasileira do Déficit da Atenção (ABDA) explica que não existem
escolas especializadas em TDAH no Brasil. O que existem são “vários
profissionais de educação (sejam eles professores, coordenadores, diretores
educacionais, psicólogas escolares, pedagogas e psicopedagogas) capacitados no assunto
e que lidam com as crianças portadoras do transtorno”, comenta. Explica ainda
que, diferente do que muitos acreditam, as técnicas utilizadas pelos
professores não visam controlar os sintomas, mas sim adaptar o ensino às
dificuldades que eles.
Professores
devem, inicialmente, fazer uma avaliação das reais necessidades do aluno com o
déficit de atenção com hiperatividade. Devem avaliar a dificuldade mais
importante desse aluno e o que mais atrapalha no desempenho escolar dele. A
ABDA recomenda algumas estratégias pedagógicas que auxiliam no processo de
memorização e aprendizado do aluno:
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