O
ser humano leva 21 anos para adquirir maior consciência das coisas. Esse tempo
é o tempo que o sistema nervoso central leva para mielinizar todas suas células
nervosas, isto é, deixa-las maduras. Essa bainha de mielina é a responsável
pelas conexões nervosas (sinapses) entre os neurônios.
Nos
primeiros anos de vida, até a troca dos dentes, por volta dos seis anos, a
mielinização para a aprendizagem está sendo formada. A consciência da criança
está ainda num estado de sono nesta etapa da infância, ou seja, ela não tem
consciência das coisas como nós adultos já a temos. Por isso que a criança é
criança e depende de nós para tudo. Ela não tem discernimento, crítica e
julgamento ainda sobre as coisas da vida.
Ter
consciência significa fazer as sinapses entre os neurônios. Nas sinapses há um
dispêndio de energia muito grande. Por isso que quando prestamos atenção em
algo ou quando usamos por demais nossos órgãos dos sentidos nos sentimos
cansados. À noite necessitamos dormir para repor essa energia gasta durante o
dia de vigília, de atenção a tudo.
Em
antroposofia costumamos dizer que nos sete primeiros anos o corpo da vida (
vital, ou etérico) da criança está sendo plasmado, formado. Seus órgãos ao
nascer não estavam de todo amadurecidos e para que esse amadurecimento ocorra é
necessário ter energia, vitalidade. Lembre-se sempre que consciência é gasto de
energia, é queima de substância cerebral.
O
cérebro também é um órgão e ele é a base para o pensamento. Se a criança até
três anos está formando cérebro para pensar como é que ela pode usá-lo pensando?
Não se cozinha feijão numa panela que ainda está sendo feita! Como a criança
ainda não tem a coordenação fina pronta porque lhe dar um lápis, uma agulha? Se
ela ainda não se administra nos perigos porque lhe dar a tesoura, a faca?
Outros
órgãos como o fígado, pulmões, coração, rins, estão amadurecendo também e
quando exigimos da criança que aprenda algo com a cabecinha, ou entenda as
coisas como nós queremos que ela entenda, estamos fazendo com que ela use essas
forças formativas que estão plasmando os órgãos para a compreensão e o
entendimento e aí nós as DESVITALIZAMOS e promovemos uma má formação dos órgãos
PARA O RESTO DE SUAS VIDAS!
Já
está provado pela ciência que o avanço da doença ALZHEIMER é também decorrente
de uma exigência precoce do sistema neurosensorial na infância. Rudolf Steiner
cita muitas vezes esse fator em seus livros. Por isso que a Pedagogia Waldorf,
por estar baseada numa ciência antroposófica, preocupada em formar seres
humanos saudáveis, verdadeiros e livres, é totalmente contra a alfabetização
precoce. Essa pedagogia prima por excelência pela saúde física, emocional,
mental e espiritual da criança e do adolescente principalmente no período de
seu desenvolvimento.
Hoje,
com essa mania de escolarização precoce, as crianças de um modo geral estão
muito doentes: depressão, dores de barriga, dores de cabeça, pedra nos rins,
pneumonia, cansadas, entediadas, tristes apáticas… O que estamos fazendo com
nossas crianças?
As
crianças aprendem pelo movimento e pela repetição. Se quiser que ela atenda uma
ordem faça o que quer que ela faça: coma você com a boca fechada se quer que
assim o aprenda; fale você mais baixo; feche a porta você sem bater; escove
você os dentes com a torneira fechada; seja você carinhoso com ela, e assim por
diante. Na infância as crianças aprendem pela IMITAÇÃO do que você faz e não
pela palavra, pelo sermão. Mas, é óbvio que precisamos conversar com ela para
que aprender a falar; mas devemos saber o que falar e o que não falar.
Deixe
que a criança descubra o mundo por si mesma, vivenciando-o; experimentando-o;
incorporando-o e, sobretudo, aprendendo ao vivo e não através da mídia.
Promova-lhes as oportunidades. Quanto mais a criança descobrir por si através
do movimento, do equilíbrio e dos seus órgãos dos sentidos, mais ela fará
conexões nervosas e quanto mais sinapses ele tiver feito na infância por ela
mesma mais espaço no cérebro ela terá para a aprendizagem posterior cognitiva.
Fonte
Indicada Pedagogia Waldorf Joinville
Nenhum comentário:
Postar um comentário