Muitos de nós gostamos de ter reservas, nunca se sabe quando precisaremos
daquela sacola plástica, então providenciamos um “puxa saco”
– recipiente próprio para armazenar sacolas de supermercado. Nunca se abe
quando vamos ter vontade de reler aquela revista, então lotamos o revisteiro
com números antigos. Nunca sabemos quando teremos tempo para ler o jornal,
então vamos acumulando os montes num canto do quarto. Opa! Agora já é exagero!
Essa é a grande questão,
quando perceber que o acumulo de objetos que não utilizamos chegou ao exagero?
Uma coisa é certa quase nunca
o próprio acumulador percebe. Quem se dá conta são os familiares e amigos e
sentem que a casa está mais abarrotada do que precisaria. Em casos extremos há pessoas que mal podem andar pelos
corredores, que tem vergonha de receber pessoas e nunca mais recebem alguém em sua casa, como mal
dá para tomar banho, pois algumas vezes até o box é tomado por objetos esta
pessoa acaba também por não sair de casa, mas aí o quadro já está grave demais.
Isto é um quadro de ansiedade
extrema chamado TOC – Transtorno obsessivo compulsivo.
Aquela coleção que era bonitinha no inicio se torna um acumulo de objetos sem
sentido. Ou aquela mania excêntrica de guardar “raridades” como as unhas que
foram cortadas, os fios de
cabelo que caíram também são sinais de grande sofrimento psicológico.
Este comportamento de acumulo
de objetos pode ser a busca de uma saída para apaziguar dores emocionais
incontroláveis. Esta pessoa sofre internamente, como não conseguiu uma saída
acaba se lançando em comportamentos repetitivos de acumulo com a sensação de
que será “provida” mas o que ela precisa não são deste objetos mas de
acolhimento psicológico - o que ela ainda não sabe.
As dores emocionais que
levaram esta pessoa a este estado podem ser de muitas origens. Separações,
frustrações, perdas, falta de contato humano verdadeiro são os mais comuns.
Estes casos devem ser
observados pela família, pois a própria pessoa está presa num emaranhado
emocional que a faz pensar que “está dando certo”, mas não está. Este acumulo
de objetos desnecessários a faz doente fisicamente, pois a sujeira se acumula e
aumenta a cada vez mais o sofrimento emocional. Ela tenta ampliar os acúmulos – pois
no inicio o acumulo ofereceu certo alivio, mas agora não dá mais a mesma
sensação. Agora é só angustia e dor. Mas ela tenta repetir o que deu certo uma
vez, sem resultado.
Amigos e familiares devem
levar esta pessoa a um psicólogo imediatamente. A dor é tão intensa que
dificulta que o próprio acumulador a expresse. Um psicólogo o ajudará no
caminho para lidar
com estas dores
emocionais.
Fonte: Clínica de Psicologia
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