A
Laura, filha dos comerciantes Carla Jorge e João Pedro Carvalho, tem 7 anos e
troca o “f” pelo “v”, o “p” e o “d” pelo
“t”. Já a psicóloga Joice Pinheiro, sempre reparava que o filho Kauã lia muito
mal, de “soquinho”. Normal, toda sala de aula tem uma criança que não gosta de
estudar. Mas nem sempre isso é só preguiça.
No
Brasil, há aproximadamente três milhões de crianças disléxicas. No mundo, 5% da
população têm o distúrbio. Números que não podem ser ignorados e que pedem
atenção nas classificações genéricas que costumamos fazer. A dislexia é um
transtorno de aprendizagem neurobiológico hereditário, e não psicológico como
se acreditava antigamente. Ela é causada por um maufuncionamento das áreas
específicas do cérebro envolvidas na decodificação da linguagem escrita, e pode
ter vários graus.
Estudos
recentes têm apontado que as pessoas nascem com o problema, e há testes sendo
desenvolvidos para detectar o distúrbio bem cedo. A faixa etária em que se
costuma percebê-lo dos 6 aos 8 anos, quando ocorre o processo de alfabetização.
Por isso, a escola tem grande papel no diagnóstico, e os educadores devem ser
orientados a ficarem atentos e observar sinais de dificuldade de aprendizado. O
próximo passo é procurar o pediatra da criança, que deve indicar uma equipe
multidisciplinar composta de fonoaudiólogo, psicopedagogo e
neuropsicólogo.
Dislexia
não tem cura. Mas calma! Com a ajuda desses médicos, da escola e de algumas ferramentas,
a reabilitação é possível e o seu filho será capaz de desenvolver bem as suas
habilidades. Os principais recursos devem mesmo ser fornecidos pela escola. A
instituição precisa tomar providências, como posicionar a criança em um lugar na classe longe de
distrações e perto da lousa, para que ela consiga focar a atenção na matéria;
verificar se ela entendeu e anotou a aula, e lembrá-la de realizar as tarefas.
Em caso de provas, os especialistas aconselham que a avaliação seja revista
individualmente com o aluno ou feita em outro local, como a sala da
coordenação. Assim, eles conseguem acompanhar o ritmo da sala. É consenso que
os disléxicos são inteligentes (boa parte até superdotados), eles apenas
precisam de ajuda para canalizar o conhecimento.
A
continuidade do tratamento deve ser feita em casa. Na hora da lição, sente ao
lado do seu filho e a leia junto com ele. Nunca dê as respostas, apenas sugira
caminhos. Estabeleça horários de estudo e escolha um cômodo sem TV, computador
ou brinquedos. No Colégio Albert Sabin, um aluno disléxico percebeu que
gravando sua própria voz com o conteúdo e ouvindo depois, ele entendia
perfeitamente a matéria. Por isso, a grande dica é que você, com a ajuda do
colégio e dos médicos, incentive a criança a procurar essas estratégias e
atalhos, porque muitas vezes, tudo o que ela precisa é de um empurrãozinho.
Famosos
disléxicos
Albert
Einstein (cientista)
Alexander
Graham Bell (inventor)
Agatha
Christie (escritora)
Charles
Darwin (cientista)
Leonardo
Da Vinci (artista e inventor)
Napoleão
Bonaparte (imperador da França)
Pablo
Picasso (artista plástico)
Thomas
A. Edison (inventor da lâmpada)
Walt
Disney (fundador dos estúdios Disney)
Fonte: Pais e Filhos
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