terça-feira, 3 de abril de 2012

Etiquetas Psiquiátricas de Trastornos Inventados

Assisti a esse vídeo ontem e fique super empolgada porque passa uma mensagem que eu gostaria de ter gritado para o mundo, mas o alcance da minha voz não chega a tanto! rsrs

Bom, a ideia do vídeo é que deixemos de viver sob um rótulo diagnóstico e consigamos ultrapassar essa barreira do "ser uma doença", "ser um transtorno", "ser um diagnóstico" porque primeiro temos que "ser humano" (e mais uma vez me refiro ao ser - verbo - humano).

E digo isso porque conheço pessoas que foram diagnosticadas e vivem sob esse fardo, sob essa constante de ser um transtorno! E claro, a sociedade tende a olhar dessa maneira também. Se antes a pessoa era vista de uma forma, depois de receber o rótulo diagnóstico ela passa a ser o louco, a descontrolada e até mesmo alguém que sofre de frescura! E as etiquetas só aumentam...

Pois bem, vamos esclarecer as coisas! Eu não sou contra o diagnóstico, sei que existem pessoas que realmente sofrem... Mas não sou a favor de diagnóstico deliberado. Deliberado por quê?

Vejamos:
O DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) tá chegando pra confirmar essa minha ideia. O DSM é o livro em que estão catalogados todos os transtornos, doenças mentais e afins. A partir dele os psicólogos podem fazer hipóteses diagnósticas, o psiquiatra pode fechar um diagnóstico e podem ser feitos os diagnósticos diferenciais. (Quanto diagnóstico!). Esse livro facilita a comunicação entre profissionais, o que de fato é muito bom. Atualmente temos a quarta edição (que pode ser visualizada nesse site: http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.php).

Porém, entretanto, contudo, todavia, apesar de estar causando polêmica, a quinta edição do nosso "querido" DSM está prevista para ser lançada em 2013! E adivinhem só: a gama de diagnósticos aumentará e muito. Preparem-se. Ninguém vai ficar de fora dessa! Todo mundo terá o seu rótulo garantido (e por isso o termo 'deliberado')! (site oficial do DSM V:  http://www.dsm5.org).

Bom, repararam que o gráfico estatístico de pessoas diagnosticadas com alguma coisa vai crescer assustadoramente? O que isso acarreta? Aquilo que eu havia comentado no post anterior: Nós e nossa querida psicofarmacovida! Observem: DSM V =  maior gama de diagnóstico = maior "necessidade" de medicação = vida divida em pílulas guardadas na caixinha do remédio. DSM, a indústria farmacêutica agradece! 

Perceberam a preocupação com a vida humana? (aquele sorrisinho irônico) rsrs

Okay, remetendo ao primeiro parágrafo e ao vídeo... Somos seres humanos. Os que sofrem com algum transtorno, síndrome, doença e afins com apoio necessário, atenção, respeito, dignidade podem fazer coisas incríveis porque antes de tudo eles são seres humanos com capacidade de superação.

Não gosto de rótulos, mas sou a favor de tratamento adequado a todos que precisam.

Vamos rasgar as etiquetas, vestir a camisa e lutar pelo bem da vida e qualidade dela. 

Por Léia Salazar.

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