Essa semana li um texto que falava sobre a relação entre a educação e a tecnologia. O autor enfatiza a importância da informatização no processo de ensinar, as individualidades dos alunos, e a mudança das tradicionais aulas expositivas. Achei o texto muito interessante e o compartilho com todos Vocês.
Um novo aluno, uma nova escola
José Tadeu Bichir Terra
Quando observamos uma criança de dois ou três anos, notamos seu envolvimento com a linguagem não verbal, rica de cores, encantadora e com animação. Ela quer descobrir, interagir, e criar. Por exemplo: com um celular na mão, ela pode fotografar, gravar e navegar mostrando mais intimidade com o equipamento do que os pais, pois esse é o mundo que conhece desde que nasceu. Essas características são comuns nos nossos alunos da educação básica.
O estudante de hoje é distinto, também, pelas mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas nas últimas décadas. As necessidades dos jovens da geração Do you speak google? São diferentes dos conteúdos tradicionais lecionados, tornando mais importante o desenvolvimento de competências e habilidades para o uso da informação disponível e o domínio das ferramentas de comunicação.
Partindo da visão desse novo aluno, devemos traçar um modelo para a nova escola, na qual vários paradigmas terão de mudar. O primeiro desafio é substituir o modelo de aulas e currículos estruturado para um conjunto de alunos, o qual não atentava para as necessidades e características de cada indivíduo. A mudança do olhar coletivo para o individual, com o número de alunos que temos de atender, é possível com o uso da tecnologia, pois permite que o desempenho de cada estudante seja acompanhado em tempo real, com correções contínuas, gerando, assim, propostas individuais e currículos diferenciados.
Esse primeiro desafio exige dos professores uma mudança em relação à tradicional aula expositiva, baseada na transferência de informações. O novo papel do professor é orientar e estruturar o que o aluno deve aprender, sem perder, porém, o conjunto de habilidades e competências necessárias para a inclusão social do jovem.
O segundo desafio é desenvolver no jovem um domínio pleno da linguagem, verbal ou não verbal, que possibilite um alto grau de interpretação de textos, fotos, tabelas, mapas, áudios, animações, filmes, etc. O aluno de hoje tem que fazer o uso correto da linguagem de acordo com a finalidade, adequando-se ao perfil do público e à produção da comunicação.
Outro desafio é mostrar como utilizar a informação, saber qual o grau de confiabilidade da fonte utilizada. Nesse desafio, também encontramos a questão da ética, pois o conhecimento, quando aplicado, é uma ferramenta que interfere na sociedade, e cada ação desencadeia um processo de grande responsabilidade para o jovem.
O uso da tecnologia nas escolas exige uma linguagem que reúna imagens, sons, cores e movimento, com textos curtos, porém com os links necessários para torná-los mais completos. Deve conter interação, jogos, pesquisa e reflexão sobre o cotidiano – focando as informações que chegam aos jovens, sejam sobre ciências, política, economia ou sociedade – e permitir que estes, de forma colaborativa, proponham soluções para intervir na realidade e construir uma sociedade mais justa e responsável.
Texto extraído da Revista Linha Direta; Inovação – Educação – Gestão. Edição nº148; ano 13; Julho de 2010.
Autor: José Tadeu Bichir Terra, Coordenador geral do Projeto Digital da Editora COC.
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