O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere
a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços
Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e
internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco
preciso.
O
Movimento Antimanicomial tem o dia 18
de maio como data de comemoração
no calendário nacional brasileiro.
Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo, que reuniu mais de 350
trabalhadores na área de saúde mental.
Na
sua origem, esse movimento está ligado à Reforma
Sanitária Brasileira da qual
resultou a criação do Sistema
Unico de Saúde - (SUS); está
ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria
desenvolvidas em Gorizia e em Trieste,
na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.
Nos
séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura
era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros
portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos
campos, mas, nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias
e escárnio público.
Com
o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de
serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras
instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo
provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de
saúde. Somente no final do século XX é que a militância por serviços
humanizados consegui às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS .
Foi
em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei
redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de
tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos
claros para a progressiva extinção dos manicômios.
As
condições da saúde mental no Brasil evoluíram, porém a Luta Antimanicomial não
parou. Ainda acontecem manifestações em todo o país no dia 18 de maio, para que
se mantenha vivo o cuidado com os doentes, e para que fique claro que eles não
devem ser excluídos da sociedade e maltratados como eram antigamente, mas sim
orientados e acompanhados para que possam encontrar seu lugar no mundo.
O
dia 18 de maio também se tornou Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes.
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