Hoje em dia, os pais estão
muito preocupados com o desenvolvimento dos filhos e, por causa dessa
ansiedade, fazem coisas que no final das contas podem até atrapalhar. Alguns
escolhem ler para os recém-nascidos, mesmo antes deles serem capazes de
sustentarem a cabeça ou de concentrarem os olhos sobre as páginas. Outros
começam ainda mais cedo, lendo para os filhos nascituros por meio das paredes
uterinas.
Mas, quando começar essa
estimulação e o que se pode fazer?
Embora
os bebês sejam capazes de ouvir bem antes de nascer, não contaria que isso o
faz mais inteligente ou que goste de ler ou de ouvir música. Se você gosta de
ler e pensa (com razão) que isto é importante para a criança, espere que ela
seja capaz de participar desta diversão mais ativamente. A boa notícia é
que o tempo de espera para isso não é muito longo.
Os marcos do “desenvolvimento
motor”, que incluem: rolar (4-6 meses), sentar (7-9 meses) e andar (em qualquer
lugar 9-15 meses), são igualmente bem definidos e importantes para a
alfabetização.
Por questão de fazer isso de
uma maneira simples e fácil, decidimos listar apenas alguns dos muitos
comportamentos relacionados à leitura
na infância, muitos dos quais foram desenvolvidos pelo Reach Out and Read (ONG americana dedicada à
alfabetização), assim você pode ter certeza do período em que se pode
praticá-la com o seu filho:
3 meses: Que comecem as brincadeiras. Seu bebê vai começar a
balbuciar e imitar sons, bem como sorrir ao ouvir sua voz. Ele ficará com a
cabeça erguida mais tempo do que nos últimos meses, e agora terá percepção e
melhor compreensão, não só do que você está lendo para ele (ou pelo menos as
expressões em seu rosto), mas também para os próprios livros que ele pode
segurar e tentar trazê-los à boca.
6 a 12 meses: Tendo
um interesse ativo. Entre
as idades de 6 e 12 meses, o bebê irá desenvolver novas habilidades, incluindo
se sentar sem apoio, ter a cabeça firme e agarrar páginas. Não se
surpreenda se os livros acabarem na boca dele, pois isso é de se esperar.
Trata-se de um bom sinal de que ele está interessado neles e quer explorá-los
ainda mais. Este é o momento de investir nas versões de banho (plástico ou
papel grosso e plastificado), já que as crianças desta idade babam muito. Por
serem bem coloridas e os desenhos de objetos simples e de rostos, os bebês as
preferem.
12 a 18 meses: Uma experiência “mão na
massa”. O bebê é capaz de se sentar
sem apoio, permitindo-lhe que ambas as mãos estejam livres para segurar os
livros e virar as páginas (embora várias de uma vez), e é provável que ele já
demonstre amor bem desenvolvido pela leitura. Ele busca os livros ao redor para
ansiosamente entregá-los a você para que leia e responda as perguntas (“onde
está o…?”), apontando para o desenho com um dedo. Nessa idade, as crianças
também aprendem a reconhecer quando um livro está de cabeça para baixo (se você
nunca pensou nisso antes, este é realmente um passo fundamental em direção à
leitura!).
18 a 24 meses: Tomando o desafio. Até agora, o bebê não
só se transformou em uma criança, mas também em um verdadeiro conhecedor de
livros. Ele é hábil em transformar as próprias páginas (com as de papel ainda
pode demorar um pouco para virá-las com delicadeza) e perguntar “o que é
isso?”. Com certeza, seu filho será capaz de responder os nomes de figuras
conhecidas e saberá completar a frase que você parar no meio da
leitura. Você vai ouvi-lo assumindo o papel de contador de histórias que
conhece melhor para seus próprios ouvintes fiéis, ou seja, bonecas e bichos de
pelúcia.
Ler para crianças é uma das
experiências mais maravilhosas que um adulto pode ter, um ato que se desenrola
no Hospital Infantil Sabará por meio dos nossos voluntários da ONG
“Viva e Deixe Viver”, que contam histórias para nossos pacientes.
Por Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Saúde Infantil
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