quarta-feira, 2 de abril de 2014

LEITURA PODE AJUDAR NA ALFABETIZAÇÃO INFANTIL

Hoje em dia, os pais estão muito preocupados com o desenvolvimento dos filhos e, por causa dessa ansiedade, fazem coisas que no final das contas podem até atrapalhar. Alguns escolhem ler para os recém-nascidos, mesmo antes deles serem capazes de sustentarem a cabeça ou de concentrarem os olhos sobre as páginas. Outros começam ainda mais cedo, lendo para os filhos nascituros por meio das paredes uterinas.

Mas, quando começar essa estimulação e o que se pode fazer?

Embora os bebês sejam capazes de ouvir bem antes de nascer, não contaria que isso o faz mais inteligente ou que goste de ler ou de ouvir música. Se você gosta de ler e pensa (com razão) que isto é importante para a criança, espere que ela seja capaz de participar desta diversão mais ativamente. A boa notícia é que o tempo de espera para isso não é muito longo.

Os marcos do “desenvolvimento motor”, que incluem: rolar (4-6 meses), sentar (7-9 meses) e andar (em qualquer lugar 9-15 meses), são  igualmente bem definidos e importantes para a alfabetização.

Por questão de fazer isso de uma maneira simples e fácil, decidimos listar apenas alguns dos muitos comportamentos relacionados à leitura na infância, muitos dos quais foram desenvolvidos pelo Reach Out and Read (ONG americana dedicada à alfabetização), assim você pode ter certeza do período em que se pode praticá-la com o seu filho:

3 meses: Que comecem as brincadeiras. Seu bebê vai começar a balbuciar e imitar sons, bem como sorrir ao ouvir sua voz. Ele ficará com a cabeça erguida mais tempo do que nos últimos meses, e agora terá percepção e melhor compreensão, não só do que você está lendo para ele (ou pelo menos as expressões em seu rosto), mas também para os próprios livros que ele pode segurar e tentar trazê-los à boca.

6 a 12 meses: Tendo um interesse ativo. Entre as idades de 6 e 12 meses, o bebê irá desenvolver novas habilidades, incluindo se sentar sem apoio, ter a cabeça firme e agarrar páginas. Não se surpreenda se os livros acabarem na boca dele, pois isso é de se esperar. Trata-se de um bom sinal de que ele está interessado neles e quer explorá-los ainda mais. Este é o momento de investir nas versões de banho (plástico ou papel grosso e plastificado), já que as crianças desta idade babam muito. Por serem bem coloridas e os desenhos de objetos simples e de rostos, os bebês as preferem.

12 a 18 meses: Uma experiência “mão na massa”. O bebê é capaz de se sentar sem apoio, permitindo-lhe que ambas as mãos estejam livres para segurar os livros e virar as páginas (embora várias de uma vez), e é provável que ele já demonstre amor bem desenvolvido pela leitura. Ele busca os livros ao redor para ansiosamente entregá-los a você para que leia e responda as perguntas (“onde está o…?”), apontando para o desenho com um dedo. Nessa idade, as crianças também aprendem a reconhecer quando um livro está de cabeça para baixo (se você nunca pensou nisso antes, este é realmente um passo fundamental em direção à leitura!).

18 a 24 meses: Tomando o desafio. Até agora, o bebê não só se transformou em uma criança, mas também em um verdadeiro conhecedor de livros. Ele é hábil em transformar as próprias páginas (com as de papel ainda pode demorar um pouco para virá-las com delicadeza) e perguntar “o que é isso?”. Com certeza, seu filho será capaz de responder os nomes de figuras conhecidas e saberá completar a frase que você parar no meio da leitura. Você vai ouvi-lo assumindo o papel de contador de histórias que conhece melhor para seus próprios ouvintes fiéis, ou seja, bonecas e bichos de pelúcia.

Ler para crianças é uma das experiências mais maravilhosas que um adulto pode ter, um ato que se desenrola no Hospital Infantil Sabará por meio dos nossos voluntários da ONG “Viva e Deixe Viver”, que contam histórias para nossos pacientes.

Por Dr. José Luiz Setúbal


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