Infelizmente o suicídio ainda é um tabu, e
não devia ser. Este é o setembro amarelo: mês da prevenção ao suicídio.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria,
a cada 35 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil, uma pessoa
comete suicídio a cada hora. No Japão, a cada 15 minutos. Curioso pensar por
esse lado, não é? O suicídio parece um problema distante até que ele se torne
uma opção ou aconteça bem próximo a você. E se os números são esses, no mundo
todo, por que esse assunto está fora da mídia? Por que ninguém discute? Por que
tratam o suicídio como tabu? Não há dúvidas que é preciso um cuidado enorme ao
falar do assunto.

Quem nunca passou por momentos de tristeza, fragilidade, solidão? Todo mundo! Mas, há pessoas que possuem mais dificuldades nesse tipo de situação. Culpá-las ou julgá-las não vai trazer de volta a vontade de viver. Se a pessoa comete suicídio, fica a pergunta “o que devíamos ter feito?”.
A existência de um transtorno
mental é um forte fator de risco para o suicídio. O suicida, naquele momento,
passa por problemas muito sérios pelo menos, nem que sejam perceptíveis apenas
na mente dele. Ninguém ver, não torna o sofrimento alheio menor não. Sofrimento
é sofrimento. Ninguém se
suicida por que está feliz. O suicida é um ser humano que precisa mais do que
qualquer outra pessoa de alguém que diga “eu estou com você e não vou desistir
de ti”. É bom
lembrar que a pessoa já está no fundo do poço e precisa de um ponto de apoio
mais sólido que as outras pessoas. Afinal, não é fácil ficar por muito tempo no
fundo do poço também. Ninguém quer isso.
O diálogo e a paciência são
fundamentais para ajudar a pessoa que está aflita e crê que um fim na própria
vida é a solução. É preciso muita coragem e humildade pra reconhecer que se tem
um problema, porque é muito mais fácil achar que o problema são os outros.
Diante do desespero, tomam medidas drásticas. Pulam
de prédios, pontes. Bebem veneno. Enforcam-se. Tomam toneladas de remédios
misturados. Usam armas de fogo. Cortam os pulsos. Alguns planejam por meses a
melhor maneira de partir desse mundo. Mas, são muitos os que ficam após
tentativas frustradas também.
Inseguranças, período de carência, solidão,
fracassos pessoais, perdas… tudo é motivo para a pessoa deprimida querer dar um
fim à própria vida. Por isso mesmo é preciso muita empatia, muita compreensão
antes de querer dar uma lição de moral e tentar fazer a pessoa enxergar o mundo
com as suas lentes: porque ela não vai. Há o pensamento fixo, não é possível
olhar outro ponto de vista, há uma rigidez de pensamento. Às vezes, a pessoa
passa cada dia da vida planejando a melhor forma de se matar.
“Cão que ladra não morde” não é uma frase que
combina com o assunto “suicídio”, porque quem já tentou alguma vez apresenta
30% de chances de ter outras tentativas e 90% de quem tenta, já avisou antes.
Preste atenção nos sinais.
Ao deixar de falar, aumentamos o risco, porque
dessa maneira, a pessoa se sente exilada nos próprios pensamentos. Falar a
respeito alivia, dá uma nova perspectiva para a pessoa que está sofrendo. Ajude
a pessoa a lidar com esses pensamentos terríveis que a assolam.
Autora: Ju Umbelino
Fonte: Contioutra
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