O que acontece com o endeusamento dessas figuras é que desta forma não
precisamos nós mesmos nos levantar e arregaçar as mangas. Dá muito trabalho
transformar um sonho em realidade, mudar de padrão, ou ser qualquer coisa
queiramos ser. Ídolos, como ursinhos de pelúcia, são agradáveis, podem ficar na
prateleira e nos lembrar que uma vida bonita de fato existe… Mas vamos voltar
agora para o sofá, relaxar e comer umas pipocas!
O mesmo se aplica às projeções negativas. Nos livramos do que é desagradável de encarar jogando-o sobre outra pessoa. Nós literalmente vestimos a outra pessoa com nossas fantasias. É outra forma de criar um mundo confortável: nós temos os ídolos numa prateleira e os maus elementos na outra. E nós o que fazemos? Nós podemos confortavelmente esticar nossas pernas naquele mesmo sofá e…!
Para transformar a projeção em um recurso para o auto-conhecimento é preciso enfrentar o suado processo de olhar para si mesmos e pôr em funcionamento o trabalho psicológico. Menos a pessoa for consciente mais suas projeções serão como balões gigantes, flutuando bem além da realidade. Entretanto, há um gancho. Os objetos de nossa projeção têm algo a ver com ela.
Não somos malucos que vêem um cavalo e projetam sobre ele um macaco. Os ídolos possuem algumas das qualidades que lhes damos. A pessoa má possui um mau caráter. A questão é que a projeção inconsciente cria absolutos. Daí os ídolos se tornam Os Ídolos, e a pessoa má vira O Demônio. É a parte infantil dessa história.
Uma vez que você adquirir consciência de suas projeções, ídolos e demônios continuam existindo, mas você não se sente mais tão mexido com eles. Você deixa de ser um pio seguidor de novos ídolos ou um fofoqueiro dos maus caráteres. Crescer para além das projeções é uma forma de liberdade. Agora você compreende por que aquelas pessoas são do jeito que são e aprende algo de importante a respeito de si mesmo. Então, simplesmente, você vai adiante.
Por Adriana Tanese
Nogueira
Fonte: Psicologia Dialética
Nenhum comentário:
Postar um comentário