quinta-feira, 22 de março de 2012

SÍNDROME DO NINHO VAZIO

O tempo passou, os filhos cresceram, um tempo que se foi, e quando era presente, talvez, em momentos de desatenção, até, que fora bem aproveitado, mas só agora é possível se dar conta do quanto esta fase maravilhosa também fora desperdiçada por nossas pequenas neuroses humanas, tais como, mania de arrumação, ordem, exigências e cobranças que em muitos momentos engoliram grandes fatias desta bela etapa da vida

Concordamos que este é um motivo de alegria para os pais que podem constatar que educaram bem seus filhos, cultivando neles a capacidade de olharem por si mesmos, e, paradoxalmente, ao mesmo tempo em que os pais se orgulham de seus filhos que desenvolveram suas asas e aprenderam a voar rumo a seus destinos, são tomados por um sentimento de tristeza e de vazio interior, uma dor humana que lhes sussurra aos ouvidos: “Eles se foram, e agora? Porque dói tanto ver nossos filhos trilhando novos caminhos? Em algumas pessoas a dor é tanta que são tomados por uma imensa tristeza, e acabam entrando num estado de melancolia e depressão.

Às vezes, o que deveria ser motivo de alegria pode se transformar em pesadelo para alguns pais. É a chamada síndrome do ninho vazio, causada quando a pessoa, em geral a mãe, vê seus filhos ganhando autonomia e saindo de casa. Por não conseguir lidar com isso, o sentimento de saudade acaba ganhando proporções prejudiciais à vida de quem fica.

A síndrome do ninho vazio é considerada, pelos profissionais da área, como uma crise existencial passageira. Dependendo de alguns fatores, como o número de filhos e a personalidade da mulher, tudo pode ser apenas questão de se acostumar à nova rotina. "No entanto, pode haver exacerbação nos sintomas de tristeza e, nesses casos, é aconselhável tratamento psicológico",

E este drama interno acontece, não porque nossos filhos não dependem mais de nós, mas, porque nós é que dependente deles, nós dependemos daquela dependência que eles tinham por nós.

Muitas mulheres transformam seus filhos na principal razão de sua vida e quando se deparam com a saída do filho de casa, se deparam com seu próprio vazio.

Possivelmente a mãe que recusa aceitar que o filho cresceu e não precisa dela daquela maneira dependente ficou presa num único papel – o de mãe, e não conseguiu transitar entre os diferentes papéis que cabem a uma mulher: mãe, esposa, amiga, profissional, intelectual, esportista, mulher, envolvida em hobbies em artes, etc. sofrerá demais, e por conseguinte seu filho também.

Em contrapartida, mães que transitam em seus diferentes papéis sem se fixar num só, podem até sentir saudades da infância de seus filhos, mas não sofrerão tanto quando estes saírem rumo a sua individuação.

Para que as mães não sofram com a saída dos filhos da casa, é importante que haja a preparação para a chegada da nova realidade. É importante que a mulher separe a vida dela da vida dos filhos, o máximo possível. Faz parte disso ampliar a rede social, passear, ter atividade remuneradas ou não, mas que sejam feitas fora de casa e que ajudam a mulher a ter outro papel que não seja o da mãe clássica.

Se você está passando por essa crise ou poderá passar em breve, a recomendação é para que se relacione com diferentes pessoas, procure o apoio de quem já passou pela mesma situação ou matricule-se em cursos ou academias. Com isso, a mulher pode reorganizar seus projetos de vida, tirando de foco a ausência do filho.

Se você se encontra nessa situação e a dor da falta está insuportável, a tristeza é imensa, não hesite em buscar ajuda profissional!

 
Joselaine de Fátima G. Garcia
Psicóloga, CRP07/18433

3 comentários:

Juju disse...

Legal como você tratou este tema.

Está bem simples e legal de ler.

Juju disse...

Legal como escreveu sobre este tema.

Jeito fácil e não enjoativo de ler heuheuhe

Ismael Pereira dos Santos disse...

Obrigado Juju.
Abraços